A vida que dê um jeito…

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Nunca senti tanta dor. Nunca perdi tantas coisas. Nunca senti tanto medo.
Se eu soubesse que crescer me traria tantos pesadelos, eu gostaria de voltar no tempo. Ou então, que a vida desse um grande pulo e me levasse para um lugar na vida em que tudo já estivesse resolvido. Uma casa grande com jardim, outro país, um cachorro, um bom emprego… Eu nem cobraria outro alguém da vida. A vida que me perdoe, mas de outro alguém eu tô é cheia. Cheia de amargura por outro alguém.

Porque, sinceramente? Eu perdi a fé na humanidade há um tempo. Perdi a esperança de tempos melhores, de pessoas que não machuquem, de palavras que não me soquem, de atitudes que não matem.

A perda me trouxe o medo e a dor. E essas duas têm uma carga enorme, difícil de ser retirada. Mas a vida que dê um jeito… Ela que resolva me aliviar os ombros, porque a dor já me faz andar com a cabeça baixa. Ela que preencha o buraco no meu peito, porque o vento passa forte por ali. Ela que remova o entulho de decepção que se instaurou em todo o meu corpo, porque levantar da cama de manhã é como tentar se soltar de uma camisa de força.

Eu só peço que a vida não me dê coisas para me tirá-las depois. Porque no meu coração eu só tenho o vazio, mas no meu entulho da vida… Ah, esse está cheio.

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