Gente que me faz escrever

Uncategorized

Sou movida à palavras. Escrita, falada, às vezes dita pelo olhar. Eu guardo palavras desconexas só para juntá-las nas páginas em branco do meu caderno. Fico em silêncio só para ouvir bem cada sílaba que sai das bocas por aí. Mas eu gosto mesmo é de gente que me faz escrever. Aqueles que sentam do nosso lado no ônibus e contam o quão a vida parece injusta. Cada drama se transforma em um personagem, em dois capítulos, em um título. Eu recrio a dor, a paixão, a tristeza. Guardo cada momento eternizado nas folhas rabiscadas.

Eu gosto mesmo de gente que conversa. Que te conta a vida olhando seus olhos, porque nada é mais profundo e intenso do que olhar nos olhos. Gosto de imaginar aquela pessoa que cruzei na rua. Foi apenas uma batida de ombros e um olhar de perdão. Eu mal o conhecia. Mas já pude imaginar que sua pressa o levava para algo importante. Um casamento? Uma entrevista? Um amor? Eu gosto é dessa gente… Que mexe comigo a ponto de me fazer escrever.

Eu não sei bem se é só o instinto jornalístico, ou mesmo a curiosidade, mas eu adoro mesmo é gente que reaparece na nossa vida e faz aquela baderna. Que conta o que passou e o passa, que diz o que pensa e o que quer.

Que me faz passar a noite acordada imaginando a sua vida inteira sendo recriada em algumas páginas. Histórias que parecem bobas aos olhos dos menos atentos, mas que fazem brilhar os meus.

E pode ter certeza… Se você entrou aqui e mexeu comigo, tem parte de você em cada linha desse texto. De repente, a sua bagunça foi tão grande que tem você em um texto inteiro. Ou dois.

Deixe um comentário